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Publicado:
ago 4, 2022

Resumen

A acumulação de conhecimentos adquiridos pelos grupos e transmitidos por gerações, com ou sem adaptações ou evolução, é experiência que só pode acontecer quando há utilização de signos compreensíveis apenas com a observação àqueles que, mesmo não participando diretamente da ação original, podem aprender a cada vez que acontece sua reprodução. E para que isso efetivamente aconteça, todas as formas de cultura utilizam fartamente a idéia do simulacro como forma de (re)construção de uma não-realidade que efetivamente possibilite a transmigração de realidades de forma atemporal, descondicionada de tantos aspectos que marcam e datam situações e experiências culturais, e por essa limitação poderiam inviabilizar seu entendimento e limitam sua efetividade. A escolha de metáforas para representação de idéias, oferecendo dados imaginários que podem ensinar até mesmo maneiras de percepção e de interpretação, marca especialmente a história humana, e acontece muitas vezes sem clareza objetiva, na mesma medida em que oferece a permanência de alguns símbolos e respectivas significações, das quais muitas nem sequer tomamos conhecimento, e às quais possivelmente não damos atenção pelo hábito já arraigado de sua utilização. Nesse sentido, como formalização da ordenação de um mundo no qual podemos viver e conviver, que incluem-se entre outros objetos simbólicos os tapetes, objetos criados para serem inicialmente, apenas objetos de conforto para as habitações humanas. A evolução desse tipo de conforto mostra, e de modo bastante objetivo, muito a respeito dos vínculos que transmitindo informações como legítimos vínculos comunicacionais, alteram o conhecimento e o reconhecimento dos indivíduos, grupos e sociedades por si e em si mesmos. Como símbolos de distinção, estabelecem conexões de relacionamento entre acontecimentos e de conhecimento partilhado entre indivíduos, de tal forma que para marcar poder econômico e social foram utilizados desde muito cedo nas civilizações, e até hoje, em grande número de culturas muito diferentes entre si. Sua utilização - sob qualquer formato -, como símbolo de poderes sociais, econômicos ou institucionais, e em especial o tapete vermelho em suas duas formas de uso mais freqüente, como caminho demarcado e como espaço de estar sobre, está presente em rituais e cerimônias organizadas com os mais diferentes objetivos, a partir dos quais seu significado tem variado, porém mantido sempre com o mesmo sentido de organização de pensamentos, idéias e atitudes, representando a realidade do grupo social para todos os participantes na cerimônia.Assim é que aparece em situações que já nada mais tem a ver com os momentos que lhe deram origem, como cada ação mercadológica exemplificadas como no famoso tapete vermelho da TAM (companhia de transporte aéreo) ou da cerimônia do Oscar em Hollywood. Como simulacro de situações de reverência, poder e sucesso, abriga ou faz ostentar situações que nada tem a ver com seus reais objetivos. A delimitação do espaço em si - do real para o abstrato -, para exposição especial ou como um caminho também especialmente traçado ¿ o objeto e a idéia associada -, materializa e formaliza relações corporativas, corporificando, explicitando, sem discriminar o falso e o verdadeiro da situação e em suas implicações, sejam positivas ou negativas, ordenando ¿ a critério do organizador - o contexto como um texto cultural, pela intervenção direta do objeto que é o tapete vermelho e seus significados, apresentando claramente o modelo e o simulacro, em qualquer de seus muitos valores atribuídos e transmitidos pela cultura ritualizada.

Silvia T. Liberatorea

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